Acredita-se que a Alface Selvagem seja capaz de inibir impulsos que causam dor, agindo como sedativo diretamente na espinha dorsal, por exemplo. E tem muito mais sobre esse ingrediente de salada com amplo uso medicinal.
A propriedade sedativa é uma das muitas atribuídas à planta que, popularmente, é empregada na prevenção ou tentativa de cura de uma gama de problemas que afetam nossa saúde. A lista inclui tosse, asma, dor de cabeça, dor muscular, distúrbios menstruais e insônia.
Embora haja carência de evidências científicas, a espécie é aproveitada inclusive para amenizar os sintomas da ansiedade, um dos males mais preocupantes em todo o mundo atualmente e que desencadeia diversas outras condições no corpo e na mente.
Na medicina caseira, a Alface Selvagem é utilizada de várias maneiras. Uma delas é como lavagem ou loção contra acne. Existe ainda a produção de itens de banho, entre os quais está o sabão.
A presença de um látex branco lácteo na Alface Selvagem faz dela uma alternativa natural para abrandar coceiras resultantes de sumagre-venenoso, uma planta da família das anacardiáceas (Rhus toxicodendron, L.).
Aliás, tal látex lembra o ópio e, por essa razão, chegou a ser usado como recurso adulterador do mesmo. A Alface Selvagem foi bastante utilizada no século XIX como uma alternativa ao ópio. Na década de 1970, a planta conseguiu popularidade tanto como remédio natural quanto “erva” para deixar as pessoas “altas”.
Como você pode notar, não foi à toa que ganhou o apelido de “alface do ópio”, a partir do século 16, sendo que até o século XX foi usada na Europa fortemente como erva de poder sedativo, chegando ao ponto de constar na relação de vegetais com função narcótica.
Em outros momentos, a Alface Selvagem era simplesmente colocada em uma panela com água e açúcar, para fazer xarope amargo.
Um modo de consumo da planta é a infusão. O chá de Alface Selvagem costuma ser aproveitado devido presença de boas concentrações de vitaminas (Complexo B, A, K e C) e compostos como ácidos graxos, cálcio, proteínas e alcaloides.
Mas não é de hoje que a verdura vem sendo empregada como potente analgésico e antipasmódico. Suas propriedades medicinais já teriam sido mencionadas até em antigos escritos egípcios.
Há relato na internet também de que o médico e filósofo Hildegar de Bingen teria documentado os poderes de cura da Alface Selvagem, incluindo seu uso no preparo de suco.
Alface Selvagem: características e advertências
Lactuca virosa é o nome oficial dessa planta apelidada também de alface amarga, alface-brava, alface silvestre e alface espinhosa. Em espanhol, é conhecida ainda como lechuca silvestre; já na língua inglesa, é famosa como wild lettuce.
O vegetal, que pertence à família Asteraceae, é um tipo silvestre antecessor de algumas das espécies cultivadas hoje. O gênero inclui variedades como a Lactuca serriola e a Lactuca canadensis, cujas propriedades medicinais seriam as mesmas da Lactuca virosa, apesar desta ser mais potente, digamos assim.
A respeito dos benefícios da Alface Selvagem contra a ansiedade, há menção na web de estudo feito em 2006 e publicado pelo Journal of Ethnopharmacology.
Nele, lactucina e lactucopicrina, compostos encontrados na planta, teriam produzido efeito sedativo, aliviando a dor em ratos de laboratório. Porém, é necessário aprofundar as pesquisas para checar os resultados em humanos.
É interessante destacar também uma revisão clínica publicada em 2005 pelo Journal of Clinical Sleep Medicine. Segundo ela, a eficácia da Alface Selvagem, utilizada para insônia, não foi comprovada, devido carência de estudos para avaliar as ações analgésica e sedativa da lactucina e outros compostos encontrados na verdura.
Atenção: este post tem função de informar. Não substitui consulta e prescrições médicas. Plantas medicinais podem ter contraindicações e interações medicamentosas. Consulte sempre um naturopata ou fitoterapeuta e seu médico antes de começar qualquer tratamento.
Em relação a possíveis contraindicações e efeitos colaterais da alface amarga, seu látex pode provocar irritação ao entrar em contato com os olhos.
A alface-brava é rica em lactonas sesquiterpênicas, substâncias capazes de causar reações alérgicas distintas. Por exemplo: erupções de pele momentâneas, urticária ou anafilaxia (resposta grave do sistema imunológico que pode levar à morte).
Cuide-se!
Até a próxima…