Maracujá do Mato é um dos nomes populares da Passiflora cincinnata, um fruto originário do semiárido nordestino com diversas propriedades medicinais, além de sabor expressivo que mistura doçura e acidez.
Ele é famoso por seus efeitos calmante e relaxante. Mas seu gostinho inigualável é outro destaque, e faz do maracujá do sertão o ingrediente perfeito para produção de sucos, geleias, sorvetes e polpas. Sem falar no aroma mais acentuado…
O Maracujá do Mato é rico em vitaminas (A, C e do Complexo B), cálcio, ferro, fósforo e potássio. Também é chamado de maracujá da caatinga, uma espécie resistente à seca e às pragas que atingem o maracujá comum.
Sua polpa branca abriga dezenas de sementes, envolvidas por uma casca esverdeada. Para completar o colorido diferenciado, uma flor linda e delicada exala um aroma doce que atrai abelhas.
Outros que são atraídos pelas características do Maracujá do Mato são os pesquisadores, que investigam o poder medicinal da fruta típica do semiárido nordestino.
Essa variação sertaneja do tradicional maracujá é alvo de estudos de instituições como a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), por exemplo.
Popularmente, a planta é conhecida por ajudar a combater ansiedade e insônia, sendo utilizada como tranquilizante. O que alguns estudos pretendem é comparar o Maracujá do Mato com o comum, para comprovar em laboratório o que muita gente sabe na prática.
Análises ligadas à passiflora atestam a atividade ansiolítica dela. Além disso, existe a ação antioxidante, importante tanto na prevenção do envelhecimento precoce quanto no surgimento de doenças crônicas.
Porém, experimentos são realizados também em relação à redução da taxa de gordura – o que os estudiosos chamam de atividades antilipidêmicas.
As pesquisas mais abrangentes incluem até mesmo o plantio do maracujá do sertão, com foco em nova variedade dele, batizada de “sertão forte”. Para chegar a ela, foram necessários mais de 11 anos de estudo de um cruzamento genético.
O novo fruto colhido da região semiárida é ainda mais resistente à seca, quando comparado ao Maracujá do Mato, podendo sobreviver com pouca água. E traz outra vantagem: pode ser cultivado sem agrotóxicos.
Um detalhe que chama atenção dos cientistas é o teor mais elevado de vitamina C na polpa do “sertão forte”, capaz de chegar a cerca de 89 miligramas por 100 ml de suco.
Maracujá do Mato: potencial econômico e outras curiosidades
Passiflora cincinnata é uma espécie que pertence à família Passifloraceae. Ela é encontrada principalmente na caatinga, mas possui boa distribuição na América do Sul, com registro do leste brasileiro até o oeste boliviano. Também é encontrada em cerrado e floresta estacional.
O Maracujá do Mato recebe outros nomes, entre os quais maracujá mochila e maracujá tubarão. Sua floração ao longo praticamente do ano inteiro garante fonte constante de néctar e pólen para as abelhas, além de servir de alimento para vespas, beija-flores e mariposas.
Como se não bastassem todas as vantagens nutricionais e de sabor das quais falei no começo do artigo, o Maracujá do Mato conta com potencial de mercado, particularmente para a industrialização de pequenas fábricas caseiras. Afinal, é um produto de gosto diferenciado em relação ao maracujá amarelo.
E mais: processado e na forma de geleia, o maracujá do sertão é exportado para países como Alemanha e Itália. Enquanto seus frutos de sabor exótico são vendidos em feiras livres de cidades do semiárido, sem agrotóxicos.
Maracujá do Mato: vitaminas, minerais, facilidade de cultivo, mercado dentro e fora do Brasil; resistência à seca, propriedades medicinais calmantes, cheiro e sabor inigualáveis. O que mais dizer sobre ele? Acho que agora é melhor provar! E você, já experimentou o maracujá da caatinga?
Até a próxima!