Ênula: propriedades medicinais, usos e histórias

Uma lenda diz que a Ênula (Inula helenum) estava nas mãos de Helena de Troia quando esta foi sequestrada de Frígia por Paris. Já outros acreditam que o nome vem da Ilha de Helena, lugar onde a planta cresce com muita viscosidade.

Existe outra lenda segundo a qual a Ênula teria nascido das lágrimas de Helena, mulher de Menelau, causa da Guerra de Tróia. O que é verdade eu não sei, mas há muito o que falar sobre suas propriedades medicinais, os benefícios da Inula helenum para a saúde. Vamos lá!

As curiosidades não estão apenas em torno do nome, mas também de suas aplicações. A ênula-campana serve tanto para a fabricação de remédios naturais quanto de bebidas alcoólicas. Na Suíça e Franca, por exemplo, foi empregada na criação de um licor tipo absinto.

Para você ter uma ideia da versatilidade dela, convertida em frutose, é usada na produção de pão especial para diabéticos.

Antigamente, na Alemanha, servia de matéria-prima para um vinho, sendo este utilizado para tratar a debilidade do estômago; ou era utilizada em forma de condimento, incrementando pratos variados.

Desde os tempos mais remotos, sempre esteve associada a fins medicinais, especialmente como tônico aromático e estimulante de nossos órgãos secretores. Atualmente, não é muito usada, porém, ainda há quem recorra a ela para combater a tosse, seja ela seca e irritável ou catarral úmida.

Tudo porque a Ênula possui ação antibacteriana, ajudando a desinfetar os pulmões e deixar as secreções mais fluídas. Pode ser aproveitada ainda para eliminar parasitas intestinais, tratar dores ciáticas, bronquite catarral e nevralgias. E mais: acredita-se que a água destilada feita com a planta e suas raízes sirva para remover manchas na pele.


Entre as propriedades da ênula-campana estão as ações: antibiótica, estimulante, antidisentérica, diurética, sudorífica, antisséptica, tônica, emética, vermífuga, sedativa e colerética.

Outra possibilidade dela é atuar em período de recuperação após doença grave ou cirurgia, favorecendo a digestão, respiração, estimulando o apetite e a recuperação da vitalidade.

Atribui-se à raiz a verdadeira atividade terapêutica da Ênula, sendo que, após sua colheita, ela deve ser cortada em pedaços e seca ao sol.

Atenção: este post tem função de informar. Não substitui consulta e tratamentos médicos. Plantas medicinais podem ter contraindicações e interações medicamentosas. Consulte sempre um naturopata ou fitoterapeuta e seu médico antes de começar qualquer tratamento.

Ênula-campana, helênio, erva campeira ou inula é uma planta de sabor amargo, aroma canforado; pertencente à família Asteraceae, chega até os 120 cm de altura e apresenta pequenas flores em tom branco amarelado, além de folhas aveludadas, raiz grossa e mucilaginosa.

Por falar em gosto amargo, ele ocorre devido princípio ativo conhecido como helenina. A planta contém ainda mucilagens e óleos voláteis, entre outros elementos que permitem inserir a Ênula na formulação de vários medicamentos.

Ela é encontrada com mais frequência em áreas pedregosas da Grã-Bretanha, passando pela Europa, Oriente Médio, até chegar ao Himalaia. É uma espécie comum em beira de estradas, terrenos abandonados e valas, crescendo geralmente em lugares sombreados e pastagens úmidas.

Mas você não precisa ir a outros países para aproveitar os benefícios dela, pois a Ênula é vendida em algumas lojas de produtos naturais.

No entanto, é bom lembrar que toda planta ou erva medicinal pode trazer em sua composição substâncias químicas com potenciais alergênico, inflamatório e intoxicante. E que a automedicação, ainda que utilizando plantas, pode ser perigosa.

Ênula: propriedades terapêuticas e passado de glória

O que não falta é história na internet sobre o passado incrível da Ênula-campana. Diz-se que personagens de diferentes períodos exaltaram seus méritos.

Seria o caso de Dioscórides, Teofrasto e Plínio na Antiguidade; Santa Hidelgarda e Alberto, “O Grande”, na Idade Média; e Mattioli, no Renascimento. Todos eles supostamente responsáveis por contribuir com a fama da Ênula, que existe até hoje.

E tem mais… O vinho ao qual me referi no começo do artigo, produzido na Alemanha no passado distante, que era chamado de “Potio Paulina”, seria uma referência ao conselho de S. Paulo a Timóteo para tomar a bebida na intenção de curar a debilidade de seu estômago.

Até o próximo artigo, com mais plantas medicinais, ervas, suas propriedades e curiosidades!

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