Beldroega ou Portulaca oleracea, seu nome oficial, é uma plantinha que cresce fácil em qualquer pedaço de chão, na areia, pedra, enfim, é o que muitos chamam de “mato”. Mas sabia que ela pode ser consumida e é fonte de vitaminas? Saiba mais nos próximos parágrafos…
Talvez você tenha visto a Beldroega por aí e não tenha percebido… Essa suculenta rasteira exibe pequenas folhas carnudas em formato oval e cor verde brilhante; caule roxo e marrom, e flores amarelas delicadas com cinco pétalas.
É uma espécie de crescimento rápido, que chega a medir 30 cm de altura e viver mais de um ano. Ali no cantinho do muro, no fundo de quintal, terreno baldio, calçada… o solo pode ser ruim, receber muito sol ou apenas sombra… a Beldroega está lá, firme e forte.
Porém, se você ainda não sabe, o que parece somente erva daninha é uma planta medicinal. Há milênios, ela é usada na Ásia, tanto na alimentação quanto no tratamento de doenças e desconfortos.
Acredita-se que a Beldroega surgiu no continente asiático, mas o assunto gera controvérsia, porque outros defendem que é oriunda da Europa. De qualquer forma, tem incidência no Brasil, Argentina, Portugal e Uruguai.
Seu uso medicinal vem sendo bastante discutido, pois a planta apresenta propriedades benéficas também quando a ideia é superar acidentes domésticos.
Diz-se até que a Portulaca oleracea é uma das ervas com propriedades curativas de primeira categoria. Alguns de seus usos são, inclusive, consagrados popularmente no Brasil.
Na medicina popular, a Beldroega serve para combater vômito, diarreia e hemorroidas. Outra utilidade do vegetal é em forma de emplastro de folhas frescas no alívio de picadas de insetos.
Atribui-se à erva eficácia no tratamento de enfermidades nos olhos, bexiga, vias urinárias e rins, sendo considerada um bom diurético, além de auxiliar no controle do colesterol, combate a vermes e controle de hemorragia na gengiva. Já suas ações anti-inflamatória e purificante tópicas costumam ser recomendadas para cuidados com a pele acneica.
A planta conta ainda com propriedades: diurética, analgésica, anti-hemorrágica e antiglicêmica; emoliente, emenagoga, laxativa; é rica em vitaminas (A, C e do Complexo B), além de sais minerais (ferro, potássio, cálcio e magnésio), glicose, frutose e sacarose.
Fonte de ômega-3, a Beldroega costuma ser empregada no tratamento de problemas cardiovasculares, uma vez que é capaz de agir na manutenção do equilíbrio do colesterol total.
Para você ter uma ideia do potencial da planta, em 100 g de Beldroega, são encontrados até 350 mg de ômega-3, o ácido linoleico.
Beldroega: curiosidades e aproveitamento na cozinha
O uso culinário é outro destaque da Beldroega, cujo sabor é semelhante ao do espinafre. Por isso, faz sucesso no preparo de saladas, entre outras opções comestíveis de acompanhamento ou prato principal.
À propósito, ela é ideal em receitas mais elaboradas compondo preparos de sopas, molhos para massas e, ainda, substituindo o espinafre quando refogada.
Em Portugal, por exemplo, o vegetal é o ingrediente central de uma das estrelas locais, a sopa de Beldroega, que já chegou ao Brasil.
A erva foi batizada pelos negros de Caaponga (em Tupi, “salada de negro”). Tudo indica que os escravos conheciam bem o sabor, as propriedades alimentícias e curativas da planta.
Na cozinha, todas as partes da Beldroega podem ser aproveitadas, cozidas ou cruas. Suas folhas de gosto suavemente ácido e salgado possuem mucilagem, e podem ser usadas em inúmeras saladas, especialmente combinadas com pepino e tomate cereja.
Atenção: é importante diferenciar com segurança uma planta alimentícia de outra que pode ser tóxica. Portanto, antes de experimentar uma planta que você não conhece muito bem, pergunte a quem entende do assunto. Destacando ainda que algumas delas precisam de preparo diferente para que estejam realmente prontas para consumo.
Até breve!