Beladona é chamada também de dama-da-noite, bela dona, bela-dama e erva midriática. Ganhou o nome graças à sua aplicação na Roma antiga, quando as mulheres recorriam ao suco dela para dilatar as pupilas, como estratégia de beleza na época. E tem mais…
Na verdade, Beladona é uma planta medicinal, porém, o mau uso dela pode levar à morte devido sua grande toxicidade. É fundamental ter a prescrição médica da planta para aplicação fitoterápica.
Por que ela pode ser tão perigosa? Sua toxidade extrema vem da riqueza em atropina, um alcaloide que atua inibindo a ação de nosso sistema nervoso.
Entretanto, a planta conta com outros alcaloides igualmente perigosos. É o caso dos tropânicos (escopolamina, l-hiosciamina, hidroxicumarina, northiosciamina e noratropina), encontrados nas folhas, caules e frutos; e das cumarinas, que ocorrem em suas raízes e rizomas.
Diante do alto risco de superdosagem de Beladona em formulações caseiras, não é aconselhável aos leigos no assunto preparar qualquer espécie de medicamento – e nem usar o vegetal sem supervisão médica.
Até os medicamentos alopáticos que contenham Beladona devem ser manipulados com extremo cuidado, e por quem conheça muito bem o modo de preparo e as dosagens, de acordo com cada caso. Sem esquecer que cada pessoa/paciente apresenta sensibilidade específica.
Exceder nas composições com Beladona pode causar: cegueira, náusea, alucinação, dor de barriga, dificuldades renais e cefaleias. A ingestão de uma folha dela por um adulto, por exemplo, é capaz de causar morte devido envenenamento.
Alguns indivíduos são especialmente desaconselhados a usar Beladona. Em minhas pesquisas, encontrei o seguinte: a planta e medicamentos que a trazem em sua composição não devem ser utilizados por pessoas com aceleração dos batimentos cardíacos, hiperplasia da próstata, alguns tipos de glaucoma e edema agudo do pulmão.
Gestantes e crianças pequenas estão proibidas de consumir Beladona.
Beladona: aplicações e precauções
Seu nome científico é Atropa belladonna. Pertencente à família Solanaceae e é uma arbustiva de porte baixo que cresce geralmente em locais sombreados e de solo úmido, entre os quais beiras de lagos ou rios.
É encontrada naturalmente em alguns países da Europa, na África e Ásia. E ela faz parte dos itens básicos da homeopatia, sendo indicada para certos tipos de febre, além de atuar como anti-inflamatório potente em gripes e outras condições.
No entanto, é bom lembrar que, na homeopatia, os medicamentos empregados são os dinamizados, extremamente diluídos. Por isso, em formulações assim, a toxicidade da Beladona é controlada.
Com critério, o princípio ativo da Beladona serve para produção de colírios (aqueles para dilatar a pupila), remédios para o coração e outras composições alopáticas.
Na fitoterapia, a planta é empregada em forma de tintura-mãe, extrato ou pó, sendo indicada para o tratamento de problemas digestivos, dor biliar, cólicas gastrointestinais ou das vias urinárias e alterações neurológicas.
Existem relatos na internet de pesquisas sobre a aplicação do extrato de Beladona no combate ao Mal de Parkinson, com resultados favoráveis na diminuição dos sintomas da doença.
Mesmo que, por questões de adaptação climática, você não encontre a verdadeira Beladona no Brasil (Atropa belladonna), outras variedades do gênero apresentam toxidade também.
A maria-pretinha (Solanum americanum) é um exemplo. Seus frutos lembram os da Beladona, fazendo muita gente confundir com a verdadeira.
Há, ainda, uma amarilis ornamental que possui muitos alcaloides, e toxidade semelhante. Esta é mais fácil de achar por aqui, porque sua reprodução acontece pelos bulbos e suas flores lindas em tonalidade rosa costumam ser queridinhas em vasos e jardins.
Consulte sempre um médico e/ou fitoterapeuta antes de iniciar qualquer tratamento.
Cuide-se!
Até breve…