Para muitos, o Caruru não passa de uma praga que invade plantações; um “mato” ou erva daninha. Mas essa planta silvestre é comestível e possui propriedades medicinais. Eu conto tudo a seguir… Vamos lá!
Ela é encontrada em praticamente todas as regiões brasileiras, porém, é popular na Bahia, onde é conhecida também como bredo, sendo parte da cultura local e bastante utilizada na culinária. Lá, serve ainda de remédio, geralmente indicado para quem abusou de bebidas alcoólicas e comida.
Pertencente à família das Amaranteaceas, é rica em vitaminas (A, B1, B2 e C), potássio, cálcio e ferro. Entre os baianos, Amaranthus viridis (nome oficial) vira chá para combater os desconfortos causados pelos excessos porque ajuda a fortalecer o fígado.
Talvez você já tenha ouvido falar dela com outros nomes, entre os quais estão bredo de chifre, bredo-vermelho, bredo-de-espinho, caruru-de-porco, caruru-de-espinho, caruru de mancha (Amaranthus viridis), caruru de cuia (Amaranthus lividus) ou caruru-roxo (Amaranthus hybridus).
O bredo de chifre é considerado lactígeno, ou seja, estimula a produção de leite, além de ser recomendado popularmente para combater disfunções hepáticas, catarro da bexiga, afecções do fígado, hidropsia e vários tipos de infecções, como as urinárias e de garganta.
A razão, nestes casos, é que o bredo-vermelho age como desobstruente, auxiliando na eliminação de impurezas e micro-organismos, e minimizando as dores decorrentes das enfermidades.
Atenção: este post tem função de informar. Não substitui consulta e prescrições médicas. Plantas medicinais podem ter contraindicações e interações medicamentosas. Consulte sempre um naturopata ou fitoterapeuta e seu médico antes de começar qualquer tratamento.
Os cuidados devem ser maiores quando você não tem certeza do que está prestes a consumir. Por isso, é bom ver um especialista, em vez de praticar a automedicação com um vegetal desconhecido acreditando que se trata de uma planta alimentícia e/ou medicinal não convencional.
É importante ressaltar que existe uma diversidade de plantas alimentícias que recebe o nome de Caruru. Portanto, não é raro encontrar espécies cujo apelido regional é este, mas que pertencem a outras famílias botânicas – e trazem características e qualidades distintas.
Por exemplo: caruru língua de vaca (Talinum patens Jacquin), da família das Portulacaceae; caruru-bravo, das Fitolacaceae; caruru-das-cachoeiras (Mourera fluviatilis Aublet), família das Podostemaceae; caruru-do-reino ( Boussingualtia baselloides H.B.K.), família das Baselaceae; e caruru-de-sapo (Oxalis martiniana Zuccini), família das Oxalidaceae.
Caruru: usos e outras informações
O consumo do bredo-vermelho acontece de várias maneiras, uma vez que todas as suas partes são comestíveis, incluindo as sementes, que podem ser aproveitadas puras e torradas ou em receitas de massas. Existe também a opção de refogar a planta ou misturá-la com outros itens.
As folhas são ideais para saladas, refogados e molhos. Elas e os talos ainda servem para fazer panquecas, bolos, pasteis e tortas. As sementes podem ser empregadas na produção de pães, entre outras gostosuras.
Quanto ao chá de bredo-de-espinho, normalmente, o preparo é feito com 1 litro de água para cada 100 g do vegetal. Basta levar os dois ao fogo e, logo que alcançar fervura, contar 10 minutos de cozimento da planta. Em seguida, é só abafar o líquido por mais uns minutinhos, coar e adoçar, se preferir.
Chá, salada, ingrediente culinário, anti-inflamatório, enfim, são muitas as possibilidades de uma planta tão fácil de encontrar no Brasil e que oferece propriedades nutricionais e medicinais.
Uma alternativa alimentar e de tratamento economicamente viável principalmente para populações carentes. Uma mostra do potencial das plantas que, quando utilizadas de modo adequado, trazem inúmeros benefícios.
O bredo, como é chamado na Bahia, é ingrediente no famoso Caruru, prato típico baiano que leva também leite de coco, amendoim, gengibre, castanha-de-caju, camarão seco, quiabo e, claro, azeite de dendê. Hum…
E você, já conhece o Caruru?
Até breve…