Seu nome científico é Centella asiatica (L.) Urb., ou seja, não muito diferente do Centella Asiática que conhecemos há bastante tempo. Boa parte da fama da planta é ligada ao tratamento da celulite. Mas não é “só” isso… Eu conto tudo nos próximos parágrafos!
Com relação aos furinhos na pele, há relato na internet de estudo feito em meados da década de 1970 por Hachem e Burgain. Os pesquisadores investigaram o problema e incluíram o extrato purificado de Centella, comparando amostras de biópsias de tecido antes e depois do tratamento (60 mg por dia) com a planta, que durou três meses.
Exames finais do material colhido mostraram resultados animadores, uma vez que houve diminuição da tendência de esclerose nos chamados fibroblastos nos focos celulíticos. E mais: foi identificado o composto ácido madecásico como o principal elemento anti-inflamatório; já o asiaticosídeo demonstrou ser o princípio ativo cicatrizante encontrado no vegetal.
Sobre as indicações e ações esperadas da Centella, elas incluem também normalização circulação venosa de retorno; capacidades calmante, refrescante, tônica, vulnerária e vasodilatadora periférica.
Essa integrante da família Apiaceae (Umbelliferae) também possui sinônimo científico Hydrocotyle asiatica L. e, popularmente, os apelidos: centelha, centella, gotu – kola, hidrocotile (em espanhol), indian navelwort (inglês); fo ti tieng (chinês); hidrocrtyle (francês) hidrocotile (italiano) e Asiatischer wassernabel (alemão).
Centella Asiática: características e propriedades medicinais
A Centella Asiática é um vegetal de porte herbáceo rasteiro. Considerada invasora, nasce espontaneamente em solos bem-drenados, exibindo pequenas flores brancas que surgem no pé das folhas.
Apresenta estolões, caules rastejantes dos quais saem raízes para baixo e ramos para cima, com até 30 cm de comprimento. São estruturas que muitos confundem com ramos, e formam no chão um “tapete” parecido com um gramado.
A planta é nativa da Ásia e amplamente difundida no Brasil, especialmente na planície litorânea, de preferência em locais úmidos e sombreados. Cresce com facilidade principalmente em Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo.
Amplamente comercializada, a Centella sofre adulteração frequentemente com espécies de Hydrocotyle, infelizmente.
A parte aérea da planta é a porção normalmente empregada para obter seus compostos químicos. São eles:
- Ácidos graxos (palmítico, linoleico, lignocérico, oleico, linolênico, elaídico e esteárico)
- Ácidos triterpênicos (ácido asiático, ácido asiaticosídeo e ácido madecássico)
- Açúcares
- Alcaloides
- Aminoácidos
- Cânfora
- Cineol
- Flavonoides (quercetina, kampferol , 3–glucosil–kampferol)
- Óleos essenciais
- Quercetina
- Resinas
- Sais minerais
- Saponinas
Os ácidos triterpênicos, por exemplo, são associados à normalização da produção de colágeno, favorecendo o restabelecimento do aspecto normal da trama.
Com isso, há aumento de sua flexibilidade e, por consequência, tende a ser mais simples o fim do “aprisionamento” das células de gordura, estimulando sua liberação devido entrada de enzimas lipolíticas. Ou seja, as enzimas capazes de “quebrar” as células de gordura.
Outra capacidade atribuída aos compostos da Centella Asiática é a ideal troca de metabólicos entre a corrente sanguínea e os adipócitos. Uma função que ainda é potencializada através da otimização da circulação venosa de retorno e da redução fragilidade capilar. Esta última, por sua vez, age inibindo processos degenerativos do tecido venoso.
Além de favorecer a cicatrização e agir sobre fibroses de origens distintas, a Centella também conta com alguma ação anti-inflamatória. E o composto asiaticosídeo dispõe de poder antibiótico e propriedade cicatrizante em feridas na pele.
Em geral, existe indicação de uso interno da Centella Asiatica para problemas dermatológicos como: hematomas, eczemas, úlceras varicosas, varizes, celulite e rachadura na epiderme. No uso externo, o tratamento de gordura localizada e celulite são as principais recomendações da planta.
Atenção: este post tem função de informar. Não substitui consulta e prescrições médicas. Plantas medicinais podem ter contraindicações e interações medicamentosas. Consulte sempre um naturopata ou fitoterapeuta e seu médico antes de começar qualquer tratamento.
Em relação à toxicidade, a presença de taninos na Centella faz dela uma opção contraindicada para uso em longo prazo por via oral em casos de úlcera gastrointestinal e gastrite. Também não é recomendada para gestantes, pessoas com epilepsia ou hiperlipidemia.
Cuide-se!
Até breve…