Cânhamo é uma planta muito confundida com a maconha. Os nomes, aliás, são frequentemente usados como sinônimo, mas existem diferenças claras entre as duas. Veja isso e muito mais no artigo de hoje. Vamos lá!
Para começar, é bom esclarecer que Cânhamo e maconha são da mesma espécie: Cannabis sativa. Porém, a genética delas é distinta, e geralmente são usadas para finalidades também diversas. No caso da primeira, o destaque é a aplicação industrial.
O que é o Cânhamo, afinal? Uma planta de Cannabis cultivada para obtenção de fibras, sementes e caule. As sementes são aproveitadas pelas indústrias de alimento, suplementos nutricionais, cosméticos e remédios; caule e fibras servem para produzir tecido, corda, papel, tecido, compostos plásticos e até material de construção.
Um detalhe interessante que ajuda a diferenciar uma planta da outra é que, para uma Cannabis ser considerada Cânhamo, ela precisa apresentar, no máximo, 0,3% de tetrahidrocanabinol (THC), o princípio ativo responsável pelo resultado psicoativo.
E mais: este 0,3% é 33 vezes mais baixo do que o THC presente na maconha menos potente. O que leva à seguinte conclusão: não é possível sentir efeito psicotrópico como o Cânhamo neste contexto.
A maconha é a Cannabis cultivada principalmente por sua ação psicoativa, ou seja, pelo “barato”. Ao contrário Cânhamo, que é um vegetal esguio e com poucos ramos laterais, ela apresenta estatura baixa, é mais cerrada e fornece muitas flores.
O Cânhamo cresce vigorosamente in natura, cultivado ao ar livre, chegando a 4 m de altura. Plantas machos e fêmeas são semeadas lado a lado para estimular a polinização pelo vento.
Já a maconha, para maximizar seus níveis de THC, é comumente cultivada em local fechado, permitindo o controle de luz, temperatura e humidade. E mais: as plantas machos são retiradas do ambiente para que as fêmeas não sejam fertilizadas.
É por meio de reprodução selecionada que as variedades de maconha chegam a apresentar concentrações de THC entre 10 e 30%. Lembrando que, no Brasil, seja para uso recreativo ou medicinal, a planta é ilegal, ok?
Cânhamo: “concreto”, tecido, cosméticos… e muito mais!
Embora sirva para designar variedades de Cannabis, o termo Cânhamo é mais utilizado para as espécies destinadas ao uso industrial (e legal) das suas fibras. Veja alguns das aplicações da planta:
- Têxteis – jeans, blusas, calçados, camisetas e acessórios são exemplos do que é possível fabricar com o Cânhamo. A textura da fibra é muito resistente, fazendo lembrar o linho. E ainda tem a vantagem de poder ser combinada a outros materiais, como seda e algodão.
- Produtos alimentícios – o Cânhamo atua como nutritivo suplemento alimentar, além de fornecer um óleo que pode ser utilizado em inúmeras receitas, de comidas a bebidas (com ou sem álcool). A planta fornece antioxidantes (ômega 3 e 6), ácidos graxos essenciais; em suas sementes, traz ferro, cálcio e proteínas.
- Construção civil – esta integrante da família Cannabis serve para produzir componentes de isolamento térmico e acústico de casas e edifícios. É o que ocorre em empresas irlandesas e holandesas. Além disso, uma diversidade de materiais de construção já é fabricada com o Cânhamo, incluindo um tipo de concreto mais leve, porém, resistente – e ambientalmente correto.
- Cosméticos – o óleo de Cânhamo é usado há tempos pelos fabricantes de cosméticos, sendo empregado em incontáveis linhas de produtos, do xampu ao sabonete, passando pelos hidratantes corporais e faciais, cremes anti-idade, protetores solares e labiais etc.
Devido suas propriedades medicinais, o óleo ainda age como anti-inflamatório natural, levando muita gente a recorrer a ele para combater problemas de pele como acne, eczema e psoríase.
Mas não custa nada deixar aquela dica que faz parte dos cuidados com sua saúde: consulte seu médico e/ou fitoterapeuta para aproveitar com segurança os benefícios medicinais das plantas.
E você, sabia que o Cânhamo poderia ser tão versátil assim?
Cuide-se!
Até breve…