O chá ou a tintura da casca de Angico serve de remédio caseiro para fortalecer a raiz do cabelo, combater caspa e seborreia. Junto com o jaborandi, a planta é procurada para tratar queda capilar. E tem mais…
Rica em alcaloides, mucilagens e taninos, Angico conta com propriedades medicinais que incluem ações depurativa, cicatrizante, emulsificante peitoral, hemostática e adstringente.
Angico é popularmente utilizada como tratamento natural contra tosse, coqueluche, doenças sexualmente transmissíveis, distúrbios no útero, contusões e reumatismo, além de promover a depuração e estimular a proteção do fígado.
Como você pode notar, as possibilidades terapêuticas são bem variadas, podendo beneficiar diversos órgãos e/ou sistemas.
Na medicina popular, o vegetal é aproveitado por meio da extração de seus princípios ativos da goma (resina) ou casca de Angico, através de tintura, xarope, maceração ou infusão. Existe também o óleo, que não é um tipo de óleo essencial, pois angicos não são plantas aromáticas.
O óleo vegetal ou azeite de Angico costuma ser obtido da casca, por maceração. Ele é usado externamente na intenção de aliviar dores (musculares ou reumáticas) e catarro preso no peito, na forma de compressa aquecida.
Há indícios de que ele seja empregado internamente por algumas comunidades na tentativa de tratar câncer. Porém, não existem estudos científicos comprovando este uso e, claro, seus resultados.
Mesmo assim, banhos de assento de chá da casca de Angico são alternativas para tratamento de leucorreia e gonorreia. Outro uso é o chá da casca contra resfriados, gripe, faringite, inflamação nos pulmões, catarro, debilidade orgânica e raquitismo.
Algumas pessoas buscam na goma de Angico dissolvida a solução para asma, bronquite, tosse e outros incômodos respiratórios. O xarope da casca da árvore pode ser remédio natural para angina e diarreia.
Atenção: este post tem função de informar. Não substitui consulta e prescrições médicas. Plantas medicinais podem ter contraindicações e interações medicamentosas. Consulte sempre um naturopata ou fitoterapeuta e seu médico antes de começar qualquer tratamento.
Importante: Angico e seus derivados são totalmente contraindicados para grávidas, lactantes, idosos, pessoas que sofrem de diarreia crônica e crianças, especialmente as menores de 6 anos.
Os angicos estão catalogados como plantas tóxicas para humanos e gado. Suas folhas e sementes possuem ação fortemente alucinógena. Em caso de superdosagem, normalmente, é necessário fazer lavagem gastrointestinal, tratamento de sintomas e acompanhamento clínico.
E mais: o uso excessivo da planta pode causar feridas nas mucosas e comprometimento do septo nasal. É desaconselhável ultrapassar a dosagem recomendada por um profissional.
Ao preparar banho ou chá, as cascas devem permanecer somente pelo tempo indicado, para que a concentração dos princípios ativos da planta não aumente além do indicado.
Angico: características e usos
Angico é, na realidade, um nome comum dado a inúmeras espécies de árvores nativas da América tropical e subtropical. Boa parte delas é brasileira.
Fazem parte da categoria os gêneros Parapiptadenia, Piptadenia e Anadenanthera, da subfamília Mimosoideae. Como exemplos de Angicos, temos:
- Angico do cerrado (Anadenanthera falcata; Leguminosae – Mimosaceae)
- Angico-branco liso (Anadenanthera colubrina; Leguminosae – Mimosaceae)
- Angico-vermelho (Anadenanthera macrocarpa; Leguminosae – Mimosaceae)
- Parapiptadenia rigida
As árvores fornecem boa madeira que, por ser amarga, dificulta a ocorrência de fungos e insetos. Por isso, é muito procurada pela construção civil, por exemplo. Mas também possui uso medicinal, embora resultados ainda precisem de comprovação científica.
As variedades mais aproveitadas na medicina popular – ou, pelo menos, com maior documentação – são o Angico do cerrado, o vermelho e o branco.
Tribos indígenas sul-americanas e caribenhas costumam recorrer a elas para rituais, sendo este uso atribuído a um componente, um alcaloide psicoativo chamado bufotenina.
Como você viu hoje, Angico é uma planta considerada medicinal, contudo, ainda requer estudos – e não dispensa cuidados devido sua ação psicoativa. Converse com um profissional capacitado antes de começar qualquer tratamento.
Até o próximo post!